Para ajudar seu bebê a dormir, a primeira grande sacada é entender que tudo começa bem antes de ele fechar os olhinhos. É uma combinação de timing e ambiente. Você precisa aprender a ler os sinais de que ele está com sono — antes que o cansaço vire crise — e, ao mesmo tempo, preparar o quarto para ser um verdadeiro convite ao descanso.

Decifrando os sinais de sono e criando o ambiente perfeito

Conseguir acalmar o bebê para dormir é menos sobre o balanço no colo e mais sobre agir na hora certa. Pense em si mesmo como um detetive do sono do seu filho. Muitos pais, especialmente os de primeira viagem, esperam o bocejo para começar a rotina, mas a verdade é que, quando o bocejo aparece, a "janela do sono" ideal já pode ter passado.

Quando o bebê fica exausto demais, o corpo dele libera hormônios de estresse, como o cortisol. É quase como dar uma dose de adrenalina bem na hora de relaxar. Isso torna a missão de adormecer uma verdadeira batalha, frustrante para você e para ele. É por isso que observar com atenção é a sua melhor ferramenta.

Os primeiros sinais de que o sono está chegando

Antes do bocejo e do choro, que são os sinais mais óbvios, existem pistas mais sutis. Fique de olho nesta combinação de comportamentos para saber a hora exata de começar o ritual de boa noite:

  • Esfregar os olhos e as orelhas: Este é um clássico. É quase como se ele estivesse tentando se livrar do incômodo do cansaço.
  • Olhar distante, meio "vidrado": De repente, ele para de focar no seu rosto ou nos brinquedos e fica olhando para o nada. É um sinal claro de que o cérebro está começando a desacelerar.
  • Movimentos mais lentos e sem jeito: A agitação diminui, os bracinhos e perninhas se movem de forma menos coordenada.
  • Irritabilidade crescente: Ele pode começar a resmungar por coisas que, minutos antes, não o incomodavam. Fica mais "manhoso".

Pegar esses sinais no início muda o jogo. Você começa a rotina quando o bebê está sonolento, mas ainda tranquilo, o que aumenta absurdamente as chances de ele adormecer de forma rápida e serena.

Como transformar o quarto em um santuário do sono

Um ambiente bem preparado não só ajuda o bebê a pegar no sono, mas também a emendar um ciclo no outro, dormindo por mais tempo. A Sociedade Brasileira de Pediatria reforça que um lugar seguro e previsível é a base para a higiene do sono infantil.

Criar um ambiente de sono consistente é como ensinar uma linguagem silenciosa ao cérebro do bebê. A mensagem é clara: "aqui é seguro e tranquilo, é hora de descansar". Essa previsibilidade traz segurança e facilita o relaxamento.

Para montar esse refúgio, concentre-se em três elementos-chave: escuridão, temperatura e som.

  • Escuridão total é fundamental: A luz, principalmente a luz azul de telas e lâmpadas, atrapalha a produção de melatonina, o hormônio que regula o sono. Invista em cortinas blackout para bloquear qualquer fresta de luz, tanto nas sonecas durante o dia quanto à noite.
  • Temperatura sempre agradável: O ideal, segundo pediatras e recomendações de entidades como a Academia Americana de Pediatria, é manter o quarto entre 20°C e 22°C. Um ambiente muito quente ou frio demais deixa o bebê desconfortável e pode causar despertares.
  • Sons que acalmam: O silêncio absoluto pode ser estranho para um bebê que passou meses ouvindo os sons constantes dentro do útero. O ruído branco é ótimo para abafar barulhos externos (o cachorro do vizinho, a campainha) e criar um som contínuo e reconfortante. Além dele, explorar as melhores músicas para bebê dormir pode ser uma excelente adição, com melodias suaves que ajudam a relaxar.

Por último, mas talvez o mais importante, a segurança do berço é inegociável. A orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria é clara: o berço deve ter apenas o colchão firme e o bebê. Tire protetores, travesseiros, bichos de pelúcia e cobertores soltos para minimizar qualquer risco de sufocamento. Um ambiente seguro é o primeiro passo para uma noite de sono realmente tranquila para todos.

Criando uma rotina de sono que realmente funciona

Uma rotina consistente é como um idioma que o seu bebê entende perfeitamente. É através da repetição de gestos de carinho, sempre na mesma ordem, que ele começa a antecipar a hora de dormir e, finalmente, relaxa em vez de lutar contra o sono. A previsibilidade cria um porto seguro, um sinal claro para o corpo e a mente do pequeno de que está tudo bem desacelerar.

Mais do que uma lista de tarefas, esse ritual é um momento de conexão profunda. É uma pausa na correria do dia para oferecer colo, segurança e tranquilidade, fortalecendo o vínculo entre vocês.

O banho morno como um sinal de transição

Começar o ritual noturno com um banho morno é uma carta na manga. A água quentinha ajuda a relaxar os músculos tensos e a diminuir a agitação acumulada ao longo do dia.

Esse momento funciona como um interruptor, virando a chave do dia para a noite. A sensação da água, a luz mais baixa no banheiro e os sons suaves ajudam a sinalizar que a hora da brincadeira acabou e um período de calma está começando. É o primeiro passo para preparar o corpo para o descanso.

A última mamada: a arte do equilíbrio

A alimentação antes de dormir é fundamental, mas o segredo está no equilíbrio. O objetivo é simples: garantir que o bebê esteja satisfeito para não acordar com fome logo depois, mas sem exagerar a ponto de causar desconforto ou refluxo.

Aqui vai uma dica de ouro: tente quebrar a associação direta entre mamar e dormir. Experimente dar a última mamada em um ambiente com um pouco de luz, antes do último passo da rotina, como colocá-lo no berço. Isso ajuda o bebê a aprender a adormecer sem depender exclusivamente do peito ou da mamadeira, um passo importante para um sono mais autônomo.

Massagem: um toque que acalma e conecta

Depois do banho e da mamada, uma massagem suave pode fazer toda a diferença. Técnicas como a shantala são conhecidas por seus benefícios relaxantes e por fortalecer o vínculo afetivo. Mas não se preocupe, você não precisa ser especialista; movimentos simples e carinhosos já são incrivelmente eficazes.

Estudos, como um publicado na revista Early Child Development and Care, indicam que a massagem pode melhorar a produção de melatonina e reduzir o cortisol. A pele é o nosso maior órgão e o primeiro canal de comunicação do bebê. O toque gentil e seguro durante a massagem libera ocitocina, o "hormônio do amor", tanto em quem faz quanto em quem recebe, promovendo uma sensação profunda de bem-estar e segurança.

Concentre-se em movimentos lentos e ritmados nas perninhas, bracinhos, costas e barriga. Use um óleo vegetal puro, como o de amêndoas doces, e observe as reações do seu bebê. Esse momento pode se tornar uma conversa silenciosa e cheia de amor, preparando o terreno para uma noite tranquila.

O fluxo visual abaixo resume os pilares para criar o ambiente ideal antes mesmo de começar a sequência para acalmar seu bebê.

Fluxo visual mostrando um olho para sinais, um símbolo de escuro e um alto-falante para silêncio.

Como a imagem mostra, reconhecer os sinais de sono, garantir a escuridão e usar sons calmantes são a base para o sucesso.

O poder do 'charutinho' e do ruído branco

Para os recém-nascidos, a técnica do "charutinho" (ou swaddle) é um verdadeiro salva-vidas. Enrolar o bebê em um cueiro de forma firme, mas confortável, recria a sensação de segurança e aconchego do útero. Isso ajuda a conter o reflexo de Moro (aqueles "sustos" que eles dão dormindo), uma das principais causas de despertares nos primeiros meses.

Ao mesmo tempo, o ruído branco entra em cena. O ambiente dentro do útero é surpreendentemente barulhento, com o som constante do fluxo sanguíneo e das batidas do coração da mãe. O ruído branco imita esse som familiar, ajudando a mascarar barulhos da casa e a acalmar o sistema nervoso do bebê.

A combinação do charutinho com o ruído branco cria um casulo sensorial que facilita a transição para um sono mais profundo. Ao estabelecer uma rotina do sono do bebê bem definida, você oferece as ferramentas que ele precisa para se sentir seguro e adormecer com mais facilidade.

Se você está enfrentando dificuldades, saiba que não está sozinho. A dificuldade para dormir é mais comum do que se imagina. Conforme especialistas em sono pediátrico, os bebês têm ciclos de sono bem mais curtos que os nossos, durando de 40 a 60 minutos. Ao final de cada ciclo, eles entram em uma fase de sono leve, e qualquer pequeno estímulo pode despertá-los. Ter uma rotina previsível é a melhor forma de ajudá-los a emendar um ciclo no outro.

Adaptando a rotina de sono para cada fase do bebê

Ilustrações de bebês em diferentes fases (0-2 meses, previsível, 7-12 meses) relacionadas ao sono e desenvolvimento.

As necessidades de sono do seu bebê mudam tão rápido quanto as roupinhas que ele perde. O que funcionava como mágica no primeiro mês pode, de repente, não fazer mais efeito no quarto. Entender e se adaptar a essas transformações é o verdadeiro segredo para construir noites mais tranquilas para toda a família.

Pense na rotina não como um manual rígido, mas como um guia flexível que cresce e se ajusta junto com o seu filho. A chave é observar, testar e responder com confiança, sabendo que cada fase tem suas próprias particularidades.

Recém-nascidos (0 a 3 meses): foco na flexibilidade

No comecinho, o mundo do bebê é bem simples: mamar, dormir e receber muito carinho. Os ciclos de sono são curtinhos, caóticos, e a noção de dia e noite simplesmente não existe para eles. A prioridade aqui não é forçar um horário, mas sim acolher as necessidades de fome e conforto assim que elas aparecem.

Seu objetivo é criar um ambiente de segurança e associações positivas com o sono. Viu um bocejo ou um esfregar de olhinhos? Aja rápido. Abuse do contato pele a pele, do colo e do aconchego. É nessa fase que o bebê constrói a base da segurança emocional, um pilar essencial para um sono tranquilo no futuro.

Bebês de 4 a 6 meses: construindo a previsibilidade

Lá pelo quarto mês, parece que uma chavinha vira e o relógio biológico do bebê começa a amadurecer. Esse é o momento ideal para começar a introduzir uma rotina mais estruturada e previsível. Você vai perceber que as "janelas de sono" — aquele tempo que ele aguenta ficar acordado feliz — se tornam mais consistentes.

Esta é a fase de ouro para solidificar o ritual noturno. O banho morno, a massagem, a canção de ninar… quando feitos na mesma ordem, todas as noites, começam a funcionar como um poderoso aviso para o cérebro do bebê de que é hora de desacelerar e dormir. Ele aprende a antecipar o descanso, e o processo de adormecer fica muito mais suave.

Uma rotina típica nesta idade poderia ser algo assim:

  • 18:30: Começar o ritual com um banho relaxante.
  • 19:00: Dar a última mamada do dia, já em um ambiente calmo e com pouca luz.
  • 19:15: Vestir o pijama, cantar uma música suave e colocá-lo no berço ainda sonolento, mas idealmente acordado.

A consistência aqui é sua maior aliada para ajudar a regular o ciclo de sono e atravessar a famosa "regressão dos 4 meses" com mais tranquilidade.

Bebês de 7 a 12 meses: solidificando a rotina

Nesta etapa, o bebê está a mil por hora: engatinhando, sentando e talvez até se arriscando nos primeiros passos. Tanta novidade pode deixar o sono um pouco mais bagunçado. Além disso, a ansiedade de separação pode dar as caras, transformando a hora de dormir em um pequeno desafio.

Aqui, é crucial manter a rotina firme e previsível. Essa sequência de eventos é o que dá segurança ao bebê em meio a tantas descobertas e mudanças. Se ele chorar quando você o colocar no berço, ofereça conforto com sua voz e toques suaves, mas tente não tirá-lo de lá imediatamente. A segurança dele vem de saber o que esperar.

As necessidades de sono, claro, mudam bastante. Para ter um parâmetro, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) oferece algumas diretrizes.

Recomendações de sono por idade (SBP)

Esta tabela resume as horas totais de sono (noturno + sonecas) recomendadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria para cada fase do desenvolvimento infantil.

Faixa Etária Horas de Sono Recomendadas (em 24h)
0 a 3 meses 14 a 17 horas
4 a 11 meses 12 a 16 horas
1 a 2 anos 11 a 14 horas
3 a 5 anos 10 a 13 horas

É importante lembrar que esses números são médias. Alguns bebês dormem um pouco mais, outros um pouco menos. Recém-nascidos, por exemplo, podem chegar a dormir entre 16 e 18 horas por dia, enquanto aos 12 meses, esse tempo se ajusta para algo entre 12 a 16 horas, já incluindo as sonecas. Se quiser se aprofundar, vale a pena ler mais sobre o sono na infância no portal Semana do Sono.

Acima de tudo, lembre-se que estes são exemplos. A melhor forma de saber como acalmar o bebê para dormir é observando o seu filho. Alguns precisam de um ritual mais longo para relaxar, outros preferem algo mais curto e direto. O seu maior guia será sempre a resposta única e individual do seu pequeno. Adaptar-se é a verdadeira essência de uma rotina de sucesso.

Quando o sono parece dar um passo para trás: como superar os desafios

Quatro ilustrações detalhadas de bebês enfrentando cólica, refluxo, dentição e regressão do sono, com textos explicativos.

Mesmo com a rotina mais bem estabelecida, haverá fases em que o sono do seu bebê parece regredir. Cólicas, refluxo, o nascimento dos dentes e os famosos saltos de desenvolvimento são obstáculos reais e completamente normais. Saber como navegar por eles é o que vai manter sua sanidade e ajudar seu pequeno a passar por essas fases com mais conforto.

Pode ser frustrante, eu sei. Mas é fundamental lembrar que são momentos passageiros. Com as estratégias certas e uma dose extra de paciência, você consegue aliviar o desconforto do seu filho sem jogar fora todo o bom trabalho que já fizeram.

A batalha contra as cólicas

Aquele choro agudo, inconsolável, que parece ter hora marcada para o fim da tarde? Perninhas encolhidas e uma barriguinha dura? Esse é o retrato clássico da cólica, um desconforto que sabota qualquer tentativa de acalmar o bebê para dormir.

O segredo aqui é agir para aliviar a dor antes mesmo de iniciar o ritual de sono.

  • Massagem na barriguinha: Faça movimentos circulares suaves, sempre no sentido horário. Isso ajuda a movimentar e liberar os gases presos.
  • A "posição do alívio": Experimente segurar o bebê de bruços sobre o seu antebraço, com a cabeça dele apoiada na curva do seu cotovelo. A leve pressão na barriga é muitas vezes um alívio e tanto.
  • Bicicletinha: Deite o bebê de costas e mova as perninhas dele como se estivesse pedalando. É um exercício simples que ajuda muito!

Essas são técnicas recomendadas por pediatras e podem trazer um alívio quase imediato, relaxando a musculatura abdominal.

O desconforto do refluxo na hora de deitar

Seu bebê regurgita bastante, fica irritado logo após mamar ou parece muito desconfortável quando você o deita? Pode ser refluxo. O retorno do leite causa uma queimação que piora muito na posição horizontal, transformando o berço em um lugar nada convidativo.

Pequenos ajustes fazem uma diferença enorme:

  • Deixe a gravidade ajudar: Após cada mamada, segure o bebê na posição vertical por pelo menos 20 a 30 minutos antes de deitá-lo. Esta é uma recomendação padrão da Sociedade Brasileira de Pediatria para casos de refluxo.
  • Converse com o pediatra: Pergunte sobre a possibilidade de elevar com segurança a cabeceira do colchão. A inclinação precisa ser sutil e feita da maneira correta para não criar riscos.
  • Menos é mais: Ofereça mamadas menores e mais frequentes para não sobrecarregar o estômago ainda imaturo do bebê.

As temidas regressões de sono (e os saltos de desenvolvimento)

Parecia que tudo ia bem, e de repente, seu bebê que dormia a noite toda começa a acordar de hora em hora. Bem-vindo a uma regressão de sono. Isso quase sempre é sinal de que o cérebro dele está a mil, passando por um grande salto de desenvolvimento. Ele está aprendendo a rolar, sentar, ou até mesmo a balbuciar as primeiras palavras, e a excitação com as novas habilidades pode simplesmente atropelar o sono.

O mais importante durante uma regressão é não jogar a rotina pela janela. A consistência é o que traz segurança para o bebê em meio a tantas mudanças. Mantenha os rituais, ofereça mais colo e paciência, mas evite criar novas "muletas" para dormir que serão difíceis de tirar depois.

É uma fase desafiadora, mas ela passa. Manter a estrutura que vocês já criaram é o melhor caminho para tudo voltar ao normal. Se precisar de mais estratégias, nosso guia sobre como fazer o bebê dormir sozinho no berço a noite toda pode te dar uma luz.

Aliviando a dor dos primeiros dentinhos

O nascimento dos dentes é um marco emocionante, mas também pode ser sinônimo de muita dor e irritabilidade. Gengivas inchadas e sensíveis transformam qualquer um em um poço de mau humor, especialmente na hora de dormir.

Para trazer um pouco de alívio:

  • Mordedores gelados: Deixe alguns mordedores na geladeira (nunca no congelador, pois o frio excessivo pode machucar a gengiva).
  • Massagem na gengiva: Com as mãos bem limpas, faça uma massagem suave e firme na gengiva do bebê. A pressão alivia a dor.
  • Comidinhas frias: Se o seu bebê já começou a introdução alimentar, purês de frutas frios ou frutas geladinhas dentro de uma redinha apropriada podem ser um santo remédio.

No Brasil, os problemas de sono infantil são uma realidade para muitas famílias. Uma pesquisa no país revelou que uma em cada duas crianças tem dificuldade para adormecer, e uma em cada três acorda várias vezes. A insônia comportamental, caracterizada pela recusa em ir para a cama, afeta até 30% das crianças em idade pré-escolar. Especialistas brasileiros alertam que a exposição a telas, especialmente com conteúdo adulto, está fortemente ligada a esses distúrbios, recomendando que os eletrônicos sejam desligados de uma a duas horas antes de dormir. Você pode ver mais detalhes sobre o sono infantil no portal da Saúde do Ceará.

Quando é hora de procurar ajuda profissional

Mesmo com toda a dedicação e uma rotina bem estabelecida, alguns desafios de sono podem ir além do cansaço normal. Uma das habilidades mais importantes que desenvolvemos como pais é saber diferenciar uma fase passageira de um sinal de que algo mais sério pode estar acontecendo. A dica de ouro é: confie nos seus instintos.

Ninguém conhece seu bebê como você. Se algo no seu coração diz que o choro é diferente, que o desconforto é extremo ou que a situação fugiu do controle, é hora de ouvir essa voz. Procurar ajuda profissional não é sinal de fraqueza, mas sim um ato de cuidado e responsabilidade.

Sinais de alerta que merecem uma conversa com o pediatra

Alguns comportamentos indicam que o problema pode ter uma causa física, e não apenas comportamental. Seu pediatra deve ser sempre a primeira pessoa a ser consultada. Fique de olho e não hesite em marcar uma consulta se notar:

  • Dificuldade em ganhar peso: O sono ruim está atrapalhando as mamadas a ponto de impactar a curva de crescimento do bebê.
  • Choro inconsolável por horas: Sabe aquele choro agudo, estridente, que parece ser de dor e simplesmente não para? Isso definitivamente merece atenção.
  • Irritabilidade constante durante o dia: Um bebê que não dorme bem à noite fica exausto. Se ele passa o dia todo irritado, apático ou sem interesse em brincar e interagir, é um sinal de que o cansaço atingiu um nível crítico.
  • Sinais de problemas respiratórios: Roncos muito altos, pausas visíveis na respiração (apneia), respiração ofegante ou qualquer tipo de chiado no peito durante o sono são urgentes.

A Academia Americana de Pediatria destaca que, embora problemas como a apneia obstrutiva do sono sejam mais comuns em crianças maiores, eles podem ocorrer em bebês e exigem avaliação médica imediata para garantir a segurança e o desenvolvimento saudável.

Para quem mais eu posso pedir ajuda?

Na grande maioria dos casos, o pediatra vai conseguir te orientar. No entanto, dependendo do que ele observar, pode ser necessário o olhar de um especialista para investigar a fundo e criar um plano de ação.

  • Gastropediatra: Se a suspeita for de um refluxo gastroesofágico mais severo ou de alguma alergia alimentar, como a APLV (Alergia à Proteína do Leite de Vaca), que causa dor e sabota qualquer tentativa de sono tranquilo.
  • Consultor de sono certificado: Quando as causas médicas já foram descartadas pelo pediatra, mas os problemas de sono persistem, um consultor pode ajudar a ajustar a rotina e os hábitos de forma personalizada, sempre respeitando as orientações médicas e o bem-estar do seu bebê.

Lembre-se: pedir ajuda é um ato de amor. Cuidar de você e garantir que seu filho tenha o melhor suporte possível é o caminho para construir noites mais tranquilas e dias mais felizes para toda a família.

As dúvidas mais comuns sobre o sono do bebê (e as respostas que você precisa)

Saber a teoria é ótimo, mas quando estamos com um bebê nos braços às duas da manhã, as dúvidas são bem mais práticas, não é mesmo? Por isso, separei as perguntas que mais escuto de pais e mães e vou respondê-las de forma direta.

O ruído branco pode fazer mal para o meu bebê?

Pode ficar tranquila: quando usado do jeito certo, o ruído branco é um grande aliado e totalmente seguro. O segredo é proteger a audição sensível do seu pequeno.

O volume nunca deve passar de 50 decibéis, conforme alerta a Academia Americana de Pediatria. Para ter uma ideia, é mais ou menos o som de uma conversa baixa ou de um chuveiro ligado ao fundo. É só um som ambiente, e não uma "música alta".

Outro ponto crucial é a distância. Deixe o aparelho de som sempre fora do berço, a pelo menos um metro de distância. Usar um timer também é uma boa pedida, assim o som não fica a noite toda ligado e seu bebê começa a aprender a emendar um ciclo de sono no outro sozinho.

Como faço para tirar meu bebê do colo e colocá-lo no berço sem que ele acorde?

Ah, a clássica transferência para o berço… talvez o maior desafio de todos! A chave aqui é paciência e uma transição suave, quebrando a ideia de que o único lugar seguro para dormir é o seu colo.

Tente colocar o bebê no berço quando ele estiver bem sonolento, mas ainda um pouquinho acordado. A ideia é que a última coisa que ele veja antes de apagar seja o berço, e não seus braços. Se ele resmungar, tente acalmá-lo com a sua voz ou com tapinhas leves na barriga, sem tirá-lo de lá imediatamente.

Outra tática é esperar ele entrar em sono profundo no seu colo (geralmente depois de uns 15 a 20 minutos) antes de tentar a transferência. Acredite, a consistência é o que vai fazer dar certo no final.

A transição do colo para o berço não significa deixar o bebê chorar. É sobre ensinar, com muito amor e segurança, uma nova forma de adormecer. Cada tentativa é um passinho nesse aprendizado, mesmo as que não dão certo de primeira.

Meu bebê de 4 meses acordava a cada 3 horas e agora acorda de hora em hora. Isso é normal?

Sim, por mais exaustivo que seja, é super normal. Isso tem até nome: a famosa "regressão de sono dos 4 meses". O que acontece, conforme explica a neurologia pediátrica, é que o padrão de sono dele está amadurecendo e ficando mais parecido com o nosso, o que gera mais despertares entre os ciclos de sono.

Para passar por essa fase, o melhor caminho é fortalecer ainda mais a rotina de sono que vocês já têm. O objetivo é dar a ele a chance de aprender a se acalmar e voltar a dormir sozinho, sem criar novas "muletas" como balançar ou mamar a cada vez que ele abre os olhos.

Até quando posso usar o "charutinho" (swaddle)?

O charutinho é uma maravilha para recém-nascidos, pois segura aqueles "sustos" (o reflexo de Moro) que os acordam. Mas, por segurança, ele tem data de validade.

A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria e de outras entidades é clara: pare de usar o swaddle assim que o bebê der os primeiros sinais de que está aprendendo a rolar. Isso costuma acontecer entre 2 e 4 meses. O risco é que, se ele virar de bruços enrolado, não consiga usar os bracinhos para se desvirar, o que aumenta o risco de sufocamento.


Aqui no MeditarSons, nós entendemos profundamente o universo de músicas e sons para o sono do bebê e queremos apoiar você nessa jornada. Explore nosso portal para encontrar mais dicas práticas, guias e as trilhas sonoras perfeitas para transformar a hora de dormir em um momento de pura paz. Visite o site MeditarSons e traga mais tranquilidade para a sua família.

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